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Uma visão atual de Iretama.

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  A criação de Iretama encontra-se vinculada às importantes transformações ocorridas no estado do Paraná após os anos de 1960. Segundo o Ipardes, (2007), até a década de 1960 a população paranaense se encontrava situada nas áreas rurais, onde predominava a cafeicultura, produção esta que utilizava-se de técnicas rudimentares e intensiva mão de obra.  Contudo, a partir do decênio em questão, a modernização agrícola atingiu o estado do Paraná transformando drasticamente o meio rural, ou seja, a cultura cafeeira foi amplamente substituída pelas culturas ‘modernizadas’ da soja e do trigo, condição esta que desencadeou um intenso processo de migração desses trabalhadores para o espaço urbano.  A cidade de Iretama sofreu as consequências deste processo, pois a taxa populacional do município declinou consideravelmente a partir dos anos de 1980 a taxa populacional de Iretama decaiu consideravelmente, passando de 22.302 habitantes no ano de 1980 para 10.622 habitantes em 2010.  Avenida Paraná.

Entrevistas realizadas ao longo do desenvolvimento da pesquisa.

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  Durante o decorrer da pesquisa historiográfica, tive a honra de entrevistar muitas pessoas que contribuíram imensamente com o meu trabalho.  Segue aqui meus agradecimentos a todos e todas que contribuíram: Data: 04/07/2018. Dona Maria Tereza da Silva Corchak.   Dona Maria chegou na cidade de Iretama em maio do ano de 1953. Seu pai se chamava Patrocínio Corácia da Silva e sua mãe Oziria Mamia de Jesus. Morava em Campos Gerais-MG. Quando seus pais decidiram vir morar aqui ela ficou meio decepcionada, pois tinham muita coisa lá. Quando chegaram compraram um sítio de café próximo a venda do Orlando (hoje já falecido). Depois roçaram tudo e começaram a construir uma casa e a cultivar café (um dos melhores produtos para exportação na época). Próximo a essa casa foi construído um campo de aviação onde aviões de pequeno porte podiam pousar, sempre que alguém pousava lá, ia em sua casa para conversar ou para tomar água. Após alguns anos seu pai voltou para Campos Gerais a fim de cuidar das co

A precariedade da saúde na época.

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Foram inúmeros os problemas enfrentados pelos primeiros moradores, no entanto o pior problema foi relacionado à saúde. No período da formação da colônia não havia existência de hospitais, as pessoas contavam apenas com a existência de uma pequena farmácia de casca de palmito, onde hoje está localizado o Lago Municipal. O proprietário era o senhor Guedes e este e sua esposa socorriam as pessoas que estavam em péssimo estado de saúde, visto que no período em que as matas eram abertas inúmeras pessoas morriam ou se feriam gravemente devido aos inúmeros perigos existentes nas matas.  Tempos depois veio o senhor Euclides Pepino, filho de Rafael Pepino, que montou na colônia uma farmácia onde hoje se encontra a casa do senhor Pedro Abilio. Euclides Pepino era farmacêutico prático, pois não tinha realizado nenhum curso ou faculdade de farmácia, este era considerado médico, pois consultava as pessoas e realizava partos com dona Maria Vita, senhora que hoje tem mais de 100 anos de idade. Naquel

Turismo - Termas de Jurema.

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Falarei um pouquinho agora sobre Termas de Jurema.    Os engenheiros que trabalhavam na empresa JOMA, ao realizarem os levantamentos da região encontraram no subsolo do atual Rio Formoso áreas que jorravam águas quentes. Nas palavras de E.M.M. (2013):    "Foram os engenheiros do Rio Grande do Sul, Eduino Shineider e Lincon Creme e os topógrafos Paulo Shineider e Adão Gioto que descobriram o termas, quando faziam picada para abrir a cidade. Um deles passou pelo Rio Formoso e pisou em um lugar que saia água quente".    No local onde foram encontradas as águas quentes foi construída uma casa simples de madeira que passou a ser explorada como hotel. No local ainda havia uma grande concentração de mato e animais. O dono das terras era um dentista morador da cidade de Londrina e por desconhecer o valor das terras tentava vender a área. Tempos depois o dentista conseguiu vender a área para um morador de Campo Mourão, este por sua vez era o madeireiro Constantino Miguel, que conservo

Café - Nosso ouro verde.

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A introdução do cultivo de café no Paraná mudou a paisagem natural existente, cedendo lugar a uma cultura que trouxe milhares de migrantes colonizadores, vindos de São Paulo, Minas Gerais e de várias outras regiões do Brasil, assim como estrangeiros que haviam chegado ao Paraná e viam no café a esperança de uma nova vida e o sonho de muitas riquezas. O café contribuiu para a formação e colonização de uma parte significativa do Estado produzido em mais de 200 cidades paranaenses, ficou conhecido pelas expressões “ouro negro” e “ouro verde”. Podemos comparar o impacto econômico e social provocado pela cultura cafeeira, aos impactos da cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro no período colonial e do ouro na região de Minas Gerais no século XVIII. Muitas pessoas depositaram no cultivo do café todas as suas esperanças de realização. “Sintetizando o que foi a conjuntura dinâmica da cafeicultura paranaense cabe uma imagem. Um hipotético viajante que, em 1950, tivesse percorrido o Norte do Para

Capital do milho.

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O setor agrícola intensificou-se com as culturas do café, feijão e milho. Segundo os entrevistados, Iretama chegou a ser considerada a capital do milho, visto que o município era o maior produtor da região.  “[...] Houve épocas que os produtores chegaram a colher mais de 1000 de sacas de milho. Uma firma de Campo Mourão chegou a comprar de Iretama mais de um milhão e quinhentas sacas, fora as sacas que os picaretas compravam dos produtores” (E.M.M).  Concentração popular em homenagem a Festa do Milho em Iretama no dia 6 de setembro de 1970. Houve época que você ficava boba de ver o tanto de caminhão que passava buscando cereais e algodão, pois colhia bastante, só não colhia coisa que tinha que usar maquinário, por isso que a cidade não vai pra frente porque é muito quebrado tem que ser tudo no braço. Iretama já teve um tempo que era muita fartura (M.A.S).    Estes produtos eram vendidos para os cerealistas tanto da cidade de Campo Mourão quanto de Maringá, porém existia muita dificulda

As primeiras atividades econômicas.

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  As primeiras casas que foram construídas em Iretama eram todas de madeira, desta forma, uma das primeiras indústrias implantadas, uma olaria, fechou em pouco tempo, pois as pessoas não tinham condições de construir casas de material. Muitas vezes, estas eram construídas em cima de tocos com assoalhos altos.  Existiam inúmeras áreas de cultivo da hortelã, sendo que esta foi a primeira cultura desenvolvida na região, pois o desenvolvimento da hortelã dependia de terras férteis e virgens.    Com a constituição das pequenas propriedades iniciou-se nas mesmas o desenvolvimento das lavouras de hortelã. Pois as terras que estavam sendo desmatadas ou recém-desmatadas apareceram como ideais para esse tipo de cultura agrícola. Tendo em vista que a hortelã se caracterizou como uma cultura de ‘desbravamento’ por ser desenvolvida em terras recém desmatadas e ainda virgens (BACKES, 2013).    O cultivo da hortelã era bastante rudimentar; as terras eram limpas com a enxada para assim plantar as muda