Entrevistas realizadas ao longo do desenvolvimento da pesquisa.

 

Durante o decorrer da pesquisa historiográfica, tive a honra de entrevistar muitas pessoas que contribuíram imensamente com o meu trabalho. 





Segue aqui meus agradecimentos a todos e todas que contribuíram:


Data: 04/07/2018.

Dona Maria Tereza da Silva Corchak. 

Dona Maria chegou na cidade de Iretama em maio do ano de 1953. Seu pai se chamava Patrocínio Corácia da Silva e sua mãe Oziria Mamia de Jesus.

Morava em Campos Gerais-MG. Quando seus pais decidiram vir morar aqui ela ficou meio decepcionada, pois tinham muita coisa lá. Quando chegaram compraram um sítio de café próximo a venda do Orlando (hoje já falecido). Depois roçaram tudo e começaram a construir uma casa e a cultivar café (um dos melhores produtos para exportação na época). Próximo a essa casa foi construído um campo de aviação onde aviões de pequeno porte podiam pousar, sempre que alguém pousava lá, ia em sua casa para conversar ou para tomar água.

Após alguns anos seu pai voltou para Campos Gerais a fim de cuidar das coisas por lá, porém adoeceu e morreu. Dona Maria casou cedo e trabalhava apenas em casa e hoje é aposentada. Dona Maria mora com seu filho e sua nora que tem uma loja em frente onde mora.


Data: 17/07/2018

             Dona Maria Cássia de Lima (Já não se encontra entre nós).

Dona Maria veio de Minas Gerais, chegou em 1955 com 15 anos de idade com seus pais.  Veio de caminhão pau de arara, a viagem demorou em média 5 dias para chegar pois as estradas eram todas de terra. Veio porque sua família morava em terra arrendada e surgiu a oportunidade de comprar um pedaço de terra em Iretama.

Ela se casou com Valdemar André de Lima no ano de 1960 e teve três filhos.

No início só havia mato e Iretama não era cidade, mas sim um patrimônio (distrito) de Campo Mourão. No comércio existia a Casa Nova e também a loja de tecidos do seu Eduardo. Iretama já foi capital do milho e depois capital do algodão.

Dona Maria trabalhava com lavoura, era sofrido, mas também muito divertido. Chegava até a andar a pé para muito longe para ir aos bailes.

Dona Maria conheceu todos os padres que passaram por Iretama antes mesmo de se tornar cidade, ela já trabalhou de secretária da Paróquia Santa Rosa de Lima começando em 1988 e ficou lá por 13 anos e atuou como ministra desde 1982.

Padres que passaram por Iretama e dona Maria conheceu: Pedro Poleto; José Sauer; José Calfenes; Lauro; Antonio Cleto; Pedro Lins; Alziro; Luiz; José Givanildo.

Ela trabalhou com a folia de Reis e a Bandeira do Divino desde criança, seguindo a tradição de seu pai Sebastião Vicente da Silva que foi quem introduziu a folia de Reis em Iretama. Folia de Reis é comemorada na semana do dia de Reis que se comemora no dia 06 de janeiro, já a Bandeira do Divino é uma devoção que leva a bandeira do Divino Espírito Santo até a casa dos devotos com o objetivo de pedir a benção para a família e a casa durante a semana de Pentecostes.

Dona Maria aprendeu a cantar com seus pais (cantava lindamente). 
















Data: 04/08/2018

                  Everaldo da Anunciação Pinto (Pelé).


Chegou em Iretama em 1973 vindo de Salvador na Bahia. Já morou em muitas cidades. Passou por aqui para ver a sogra, gostou da cidade e decidiu morar aqui. Veio em um caminhão de mudança. Saiu da Bahia com 7 anos e meio para ir a Londrina. De 6 para 7 anos ficou vários dias em coma devido a um tombo de um caminhão em movimento. Ele veio casado,  hoje tem 9 filhos de sangue e 1 adotado, 18 netos e 4 bisnetos.     

Sofreu muita discriminação e preconceito por causa da sua cor, também muitos conflitos passaram por sua vida, mas hoje tem uma boa vida e uma grande família.

Na época em que veio para cá o principal comércio era o mercado Mercantil, que ficava onde hoje é a Agro Verde. Antes de morar aqui morou na Água da Baliza e na Esplanada. 

Trabalhou na colheita de café e foi uma das primeiras pessoas a começar o plantio de algodão em Iretama, sempre trabalhando com lavoura. Toca violão na igreja a 22 anos e na pastoral da sobriedade a 15 anos. Aprendeu a tocar violão, escrever e ler sozinho apenas vendo as outras pessoas fazerem.


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14/08/2018 

                                                  Dona Maria José Perez de Marcos. 

Veio para Iretama em 1956  com 3 anos de idade, vindo de um distrito de Londrina chamado Selva, quando chegou não havia nem água encanada nem energia elétrica e o meio de transporte por incrível que pareça era o avião. Veio porque o pai trabalhava na terra de outras pessoas, então comprou um sítio aqui e veio morar.

Antigamente eram feitas festas divinas, existia muita criatividade e haviam muitas pessoas para participar. Os desfiles de 7 de setembro eram deslumbrantes e  começaram à partir dos anos 70.

O comércio era de madeira, todos, desde a Casa Nova a Casa dos Retalhos a Mercantil Portuguesa e outras construções comerciais. 

Seu primeiro emprego ela conseguiu só por acertar a tabuada. Sempre ajudava na igreja  que antes era de madeira, teve participação na Polícia Feminina em 1969.

Conhece todo o desenvolvimento da cidade, a mudança dos comércios, as melhorias. Casou-se em 1971 com Lourival Peres de Marco. Tem 4 filhos e 3 netos. Já trabalhou na roça, de babá, em uma sorveteria e  4 anos na Casa Nova.

 

 


Prefeito Wassilio Mamus (in memorian) sendo preso pela polícia feminina na festa em homenagem a Santa Rosa de Lima em 1969.



                                                                Desfile 7 de Setembro.





                                  Plantação de café em 1976. Seu Lourival e sua filha Carla.






  

03-09-2018

                   Eugênia dos Santos (Dona Geni).


Dona Geni chegou em Iretama em 1978, veio devido à fama que Iretama possuía de ser uma cidade muito próspera e produtiva. Chegou com sua mudança em cima de um caminhão com seu então marido e suas duas filhas. Aqui ela abriu uma sorveteria da qual provia o sustento de sua família, passou por momentos difíceis já que naquela época havia muita falta de água e energia elétrica na cidade. Em 1979 separou-se de seu marido e em 1981 casou-se com Heitor Ildes Rocha (in memorian) proprietário da Auto Mecânica e Auto Peças Paulista, com o qual conviveu por mais de 30 anos, abriu então um salão de beleza onde trabalhou alguns anos. Em 1986 o senhor Heitor vendeu a mecânica e passou a trabalhar apenas no Auto Peças, dona Geni vendeu então seu salão de beleza e passou a trabalhar com seu marido. 

O senhor Heitor era fã da música gaúcha, gostava muito de frequentar os bailes dos CTGs da região, dona Geni sempre o acompanhando aprendeu a gostar da tradição  e se tornaram frequentadores assíduos dos bailes não só da nossa cidade como das cidades vizinhas. Dona Geni aprendeu a fazer crochê e pintura em tecido, fez muitos trabalhos maravilhosos, hoje devido a uma cirurgia na mão ela ainda faz seus trabalhos mas em pouca quantidade.

O senhor Heitor faleceu em 2012 com 90 anos de idade, deixou um aprendizado muito grande à todos que o conheceram inclusive à dona Geni que hoje fica apenas com as boas recordações que ele à deixou.

 

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