As primeiras atividades econômicas.

 As primeiras casas que foram construídas em Iretama eram todas de madeira, desta forma, uma das primeiras indústrias implantadas, uma olaria, fechou em pouco tempo, pois as pessoas não tinham condições de construir casas de material. Muitas vezes, estas eram construídas em cima de tocos com assoalhos altos.  Existiam inúmeras áreas de cultivo da hortelã, sendo que esta foi a primeira cultura desenvolvida na região, pois o desenvolvimento da hortelã dependia de terras férteis e virgens.  

Com a constituição das pequenas propriedades iniciou-se nas mesmas o desenvolvimento das lavouras de hortelã. Pois as terras que estavam sendo desmatadas ou recém-desmatadas apareceram como ideais para esse tipo de cultura agrícola. Tendo em vista que a hortelã se caracterizou como uma cultura de ‘desbravamento’ por ser desenvolvida em terras recém desmatadas e ainda virgens (BACKES, 2013). 

 

O cultivo da hortelã era bastante rudimentar; as terras eram limpas com a enxada para assim plantar as mudas; quando a plantação crescia era cortada novamente com o uso de enxada e as folhas eram colocadas para secagem, após este processo colocava-se no alambique e ateava-se fogo na caldeira. O vapor que saia do alambique destilava o óleo da hortelã, posteriormente este óleo era envasado e destinado à comercialização. Contudo, esta atividade econômica não gerou a renda esperada pelos produtores e aos poucos foi substituída pela produção do milho. Outra cultura realizada na região de Iretama foi a do rami. Após cortados os ramos, o rami era passado em uma máquina que extraía do mesmo uma fibra; esta, por sua vez, era colocada para secagem estendidas em varais de madeira, após este processo as mesmas eram vendidas.


A cidade contava ainda com uma pequena fábrica que produzia farinha de milho.


 
Antiga fábrica de farinha de milho de Iretama


Na década de 1960 foi instalado em Iretama um estabelecimento comercial chamado Casa do Retalho, na qual eram comercializados tecidos e roupas. O principal dia de venda era o sábado, pois as pessoas por morarem nos sítios não tinham tempo de ir durante a semana fazer compras.  

Minha filha trabalhava na casa do retalho a semana inteira. No sábado chegava caminhonetes cheias de tecido e as pessoas iam chegando e comprando. Vendia mais quando era sábado porque as pessoas não tinham tempo de vir fazer compra no meio da semana então comprava tudo no sábado, aí era aquele sufoco (D.S.O., 2013). 

A primeira serraria que veio para Iretama foi a do senhor Arlindo da Silveira, no período em que estava sendo aberta as terras, porém, esta não teve muito progresso porque ninguém tinha dinheiro para comprar madeira. Já no ano de 1953 veio outra serraria, a do senhor Rafael Pepino, esta por outro lado, permaneceu na cidade durante muito tempo, pois começou a surgir a necessidade de construções de mais casas. Muitas destas moradias permanecem até os dias atuais. 

Em 1954 havia um cinema de madeira criado pelo senhor Euclides Pepino. Inúmeras pessoas vinham para a cidade para se divertir. A energia era à base de um motor a diesel que ficava localizado próximo à praça, só na cidade existia luz fornecida pelo gerador, nos sítios era tudo na base da vela e do lampião.

Fonte: http://www.fecilcam.br/anais/ii_seurb/documentos/ribeiro-tatiana-ferri.pdf






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